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Nesta quarta-feira (17/7), o projeto Escola Restaurativa promoveu círculos de construção de paz na Escola de Educação Básica São Miguel e palestras no Centro Cultural da UNOESC, em São Miguel do Oeste. As atividades contemplaram mais de 650 servidores da Coordenadoria Regional de Educação da cidade. A iniciativa tem como objetivo promover reflexões para prevenir e transformar conflitos por meio de círculos de construção de paz, uma ferramenta inspirada na Justiça Restaurativa. O projeto foi desenvolvido pelo Grupo Gestor de Justiça Restaurativa do Estado de Santa Catarina (GGJR-SC). O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) participa do grupo por meio do Núcleo Permanente de Incentivo à Autocomposição (NUPIA). 

Nos períodos da manhã e da tarde, os professores e servidores participaram dos círculos de construção de paz na escola. Em um ambiente seguro e colaborativo, cada participante teve a oportunidade de compartilhar suas vivências e ouvir com empatia as histórias do outro, a partir do tema "autocuidado".

"Esse projeto de Justiça Restaurativa nas escolas é de fundamental importância para a Comarca de São Miguel do Oeste porque fomenta a paz, o diálogo, o entendimento e a empatia entre os alunos, professores, coordenação pedagógica e direção. Contribui, dessa forma, para o ambiente escolar como um todo", disse o Promotor de Justiça Maycon Robert Hammes, da 1ª Promotoria de Justiça de São Miguel do Oeste. 

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A coordenadora do NUPIA, Promotora de Justiça Analú Librelato Longo, esclarece que os professores também são parte importante da metodologia. "Aproveitamos o momento da parada pedagógica e fizemos os círculos de construção de paz exclusivamente com professores. Na linha do que trilharam os Estados Unidos, ter os professores como público-alvo revela-se muito eficiente. Eles jamais 'darão' aos alunos o que não têm. Por isso, entregar aos professores essas ferramentas é, por consequência, entregar os benefícios aos alunos. Enalteço o trabalho que vem sendo desenvolvido com a rede pelo colega Maycon Robert Hammes", afirmou. 

Rosangela Fiameti, supervisora regional de educação da Coordenadoria Regional de Educação de São Miguel do Oeste, ressaltou as atividades do projeto. "É um assunto que vem ao encontro daquilo que é a necessidade das nossas unidades escolares, principalmente com os nossos professores. Nas rodas de conversa, cada um teve a oportunidade de falar sobre as suas angústias, de parar para ouvir o seu colega, de refletir sobre suas práticas e ações tanto na vida profissional quanto funcional", disse.

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"Os círculos de construção de paz vão agregar muito na nossa carreira profissional. São novas experiências que com certeza vão nos proporcionar olhar os alunos sob uma perspectiva mais sensível", enfatizou um dos professores que participaram da iniciativa. "A dinâmica permite sentir na pele o autoconhecimento e como podemos aplicar a Justiça Restaurativa com os alunos, independentemente de turma ou faixa etária. A iniciativa ajuda a promover a paz nas escolas porque, ao aplicar a metodologia antes de começar a trabalhar com a turma, podemos modificar a nossa atuação para se adequar àquele meio", complementou o professor Giovani Albert.

"Hoje tive meu primeiro contato com a Justiça Restaurativa. Foi um momento importante, singular, em que aprendemos técnicas e abordagens, sendo mais uma ferramenta para aturamos em favor dos alunos junto às escolas, professores e direção escolar. Nesse contexto, o que mais chamou minha atenção nos círculos de construção da paz foi o momento de escuta e acolhimento que a metodologia da Justiça Restaurativa proporciona", afirmou o psicólogo da Coordenadoria Regional de Educação de São Miguel do Oeste Evandro Radaeli. O profissional atua no Núcleo de Prevenção à Violência nas Escolas.  

No período vespertino, o projeto também promoveu a realização de quatro palestras no Centro Cultural da UNOESC. A coordenadora do NUPIA, Promotora de Justiça Analú Librelato Longo, abordou o tema "Justiça Restaurativa e paz nas escolas". Já o coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude e Educação (CIJE), Promotor de Justiça Eder Cristiano Viana, tratou do "Trabalho em rede para a escuta especializada".

"As ações desenvolvidas na escola e o encontro com os professores da região foram proveitosas para apresentarmos alternativas à atuação das escolas, enquanto integrante da rede de proteção da criança e do adolescente, além de permitir que fossem discutidos problemas comuns da região e possíveis soluções. A Justiça Restaurativa na escola é uma ferramenta que oportuniza que as soluções venham com ações da escola que envolvem e incluem alunos e professores como protagonistas", frisou o coordenador do CIJE.

Projeto Escola Restaurativa

O projeto Escola Restaurativa foi pensado no GGJR-SC, composto por entidades como o Poder Judiciário, o Governo do Estado por meio de suas Secretarias, a Defensoria Pública estadual, a OAB/SC, a FECAM, a UDESC e a UNISUL. A formatação do projeto foi idealizada pelo Grupo Gestor a partir do grupo de estudos da Justiça Restaurativa para medidas socioeducativas em meio aberto, como medida de prevenção de judicialização nas escolas.   

O MPSC, em cooperação com outras instituições, está empenhado em construir uma sociedade em que cada indivíduo compartilhe a responsabilidade por transformações positivas. O projeto Escola Restaurativa demonstra como a Justiça Restaurativa pode contribuir para a melhoria dos ambientes educacionais e o fortalecimento dos laços interpessoais. Por meio do diálogo aberto e da criação de espaços seguros para a expressão, alunos e professores estão aprendendo a lidar com conflitos de maneira construtiva, promovendo uma convivência mais harmoniosa e produtiva.