Resultados
Para o Promotor de Justiça responsável pelo projeto, "o principal resultado prático que a gente nota é uma mudança imediata de consciência em relação às crianças. Elas já começaram a ter uma visão diferente, levar essas informações para casa".
"Os próprios alunos começam a trazer situações do dia a dia e desenvolvem um engajamento, com uma atitude positiva em relação à proteção do meio ambiente. Nós observamos que eles têm um amor muito intuitivo e muito natural pela questão da proteção dos animais!", complementa.
Em 2023, a iniciativa esteve presente na Escola Municipal de Educação Integral de São Lourenço do Oeste. "O impacto do projeto foi sempre positivo. Era notável o interesse das crianças tanto pela causa animal quanto pela causa ambiental e de saúde humana".
"Inclusive por meio do projeto fizemos o plantio de ipês aqui na escola e, quando as árvores perderam as folhas, de forma natural, várias vezes as crianças perguntavam: `Por que que a nossa árvore secou? Por que que a árvore morreu?¿. Então, a Professora explicou que essas árvores não estavam mortas, apenas adormecidas. Através do projeto, percebemos que eles estavam focados, interessados e querendo cuidar do meio ambiente".
"Aprendi que temos que cuidar dos animais, que não devemos abandoná-los, que devemos tratá-los como como nossos bebês. Aprendi que não podemos jogar lixo, não podemos quebrar as coisas. Aprendi que devo ter cuidado com a dengue, porque ela é muito perigosa", disse Sofia Ludwig Dias, de oito anos, aluna do terceiro ano do ensino fundamental.
A iniciativa foi replicada por entidades de proteção animal em uma escola do Município de Pato Branco, no Paraná. Desde a implantação, mais de 300 alunos do município paranaense já foram sensibilizados. "É um projeto de suma importância, de que nós ficamos muito felizes em fazer parte. Levamos mais conhecimento para as crianças. Elas crescem aprendendo. Conversamos principalmente sobre a atividade policial relativa à repressão dos maus-tratos contra os animais", reforça o Policial Militar Marcio Alexandre Wietholter.
Por fim, o projeto também foi apresentado no VII Fórum de Defesa Animal, realizado em Brasília em maio de 2024.
Implementação na grade curricular
A partir da notoriedade do projeto capitaneado pelo MPSC, a Câmara de Vereadores de São Lourenço do Oeste aprovou o Projeto de Lei n. 2.819. Com a aprovação, o tema "semeando saúde única nas crianças" passou a fazer parte da grade curricular de todas as escolas municipais. Inicialmente a ideia foi debatida pelos vereadores mirins da cidade.
Eles foram responsáveis por elaborar o texto que, na sequência, foi aprovado por unanimidade pela Câmara.
"A saúde única é um tema muito importante, que deve ser colocado na grade curricular dos alunos, já que envolve e integra a questão ambiental, pessoal e animal", reforça o vereador mirim que fez parte do desenvolvimento do projeto de lei José Carlos Silva de Souza Neto.
A relevância do projeto também é reconhecida pela Presidente da Asociação Protetora dos Animais de São Lourenço do Oeste, Benice Folador. "Uma das principais finalidades da nossa sociedade civil organizada é justamente lutar pela defesa e pelos direitos dos animais. Quando esse projeto se transformou em política pública municipal, ele se revestiu de grande importância, porque perpetuou a educação nas crianças".