Para a Coordenadora do NECRIM, Promotora de Justiça Ana Luisa de Miranda Bender Schlichting, é de fundamental importância que esse assunto seja trazido para discussão e debate pela sociedade. "O racismo religioso é uma das mais graves facetas do racismo que estrutura a nossa sociedade. Para combatê-lo e modificar essa realidade é preciso, para além da repressão, um trabalho preventivo por parte do Ministério Público".
Ao promover a discussão, o MPSC pretende, ainda, debater formas de proteção, viabilização e visibilidade das religiões, acesso a direitos e proposição de políticas públicas com o objetivo de cessar e prevenir a perseguição que ocorre contra as religiões de matriz africana em Santa Catarina.
"O objetivo também, com relação a acesso a direitos, é que as pessoas tenham a exata noção de que essas religiões de matriz africana são na verdade religiões. O Ministério Público está à frente para assegurar esse direito e principalmente porque as religiões de matriz africana são vítimas daquilo que talvez seja o perfil mais cruel do racismo, que é o racismo religioso", considerou o Promotor de Justiça Jádel da Silva Júnior, titular da 40ª Promotoria de Justiça da Capital, com atuação em âmbito estadual nas ações e procedimentos relativos aos crimes de racismo, intolerância, preconceito e discriminação. Também estiveram na mesa de autoridades a Presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/SC, Marcia Lamego, que representou a Presidente da OAB/SC, Cláudia Prudêncio, e o Corregedor-Geral do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, Coronel Jorge Artur Cameu Júnior.