Denunciada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) no final de fevereiro deste ano por crime de latrocínio (art. 157, § 3º, do Código Penal), cometido no dia 2 do mesmo mês, Sandra de Fátima Evangelista, 21 anos, foi condenada a 20 anos de reclusão, em regime integralmente fechado, e 15 dias-multa. Com prisão preventiva decretada, os outros dois denunciados - Rodrigo Crescêncio, 22 anos, cunhado de Sandra, e Clair Ozório, 24 anos - não foram julgados porque estão foragidos.
A denúncia foi oferecida pelo Promotor de Justiça Alexandre Carrinho Muniz, com base no Auto de Prisão em Flagrante de Sandra, que havia telefonado para a Polícia Militar logo depois do crime ser cometido.
Presa, Sandra confessou que os três planejaram, em meados de janeiro deste ano, assaltar alguém para subtrair o veículo, que seria usado por Rodrigo, conhecido como "Dodi", para praticar um roubo no Paraguai. Eles combinaram que Sandra, na condição de prostituta, atrairia alguém que tivesse um veículo, levando-o até um local ermo, onde o assalto seria consumado.
Na noite de 2 de fevereiro, Sandra foi até o ponto de prostituição na Avenida Dom Pedro II, centro de Videira, quando foi abordada por Melquisedec Freitas Crippa. Combinado o programa, ela entrou no veículo e disse à vítima para dirigir até a Linha Tigre, onde manteriam relações sexuais, conforme combinado com Rodrigo e Clair, conhecido como "Sombra".
Chegando ao local, Sandra e a vítima passaram a manter relações sexuais. Em seguida, Rodrigo, acompanhado de Clair, bateu na janela dianteira esquerda (janela do motorista). Assustado, Melquisedec tentou fechar o vidro, por meio de acionamento elétrico, ligou o carro e conseguiu arrancar. Para não permitir a fuga, Rodrigo disparou um tiro em direção ao veículo, atingindo Melquisedec nas costas, quase na altura do ombro, o que fez com que ele perdesse o controle do veículo e batesse num barranco.
Rodrigo e Clair abordaram a vítima pela porta do passageiro dianteiro, e um deles ainda desferiu uma facada, na altura entre a 10ª e 11ª costela, perfurando o pulmão de Melquisedec e causando intensa hemorragia no hemitórax direito. Os ferimentos provocados pelo tiro e pela faca causaram a morte da vítima.
Logo depois de receber o telefonema de Sandra, a Polícia Militar dirigiu-se ao local do crime, mas Rodrigo e Clair já haviam fugido.
