Aos poucos, os alunos das séries finais do ensino fundamental (sextos, sétimos e oitavos anos) da Escola Municipal de Ensino Básico Prof. Ricardo Hoffmann, em Rio Negrinho, acomodaram-se no ambiente da palestra, enfileirando-se no largo corredor central da unidade escolar. 

O motivo da reunião foi a realização de mais uma edição do programa Cultivando Atitudes, do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que faz a integração de alunos e professores por meio de uma conversa com o Promotor de Justiça, o qual aborda temas como a atuação do MPSC na Comarca de Rio Negrinho, cidadania, cuidado com o meio ambiente, bullying, ética e combate à violência e à corrupção. 

Foram realizadas duas palestras na escola, uma no dia 3 de dezembro, período da manhã, e outra na tarde do dia seguinte (4 de dezembro). Na oportunidade, a Promotora de Justiça Gabriela Arenhardt discorreu sobre a temática da corrupção, em alusão ao dia 9 de dezembro, que marca o Dia Nacional de Combate à Corrupção. Antes de aprofundar sobre o tema, a titular da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca explicou a atuação do Ministério Público na cidade, falando sobre cuidados com o meio ambiente e as atitudes diárias que ferem a ética e a cidadania. 

Sobre o tema central das palestras, a Promotora de Justiça questionou os alunos se estes já sabiam o que é corrupção: "A corrupção é quando alguém visa vantagem para si, quando ela deveria agir e pensar no coletivo. A pessoa que se beneficia tem uma vantagem individualmente considerável, mas as atitudes dessa pessoa vão gerar diversos reflexos para toda a comunidade. Gera desigualdade, o dinheiro que deveria ser aplicado em determinado serviço público, na construção da escola e em outras melhorias na cidade não será aplicado", explicou. Ela disse também que a corrupção gera desconfiança nas pessoas e a prestação ruim de serviços.

Ainda, a Promotora de Justiça comentou que a corrupção não acontece só na área pública, mas no dia a dia de cada um: "Vocês vão ao cinema, à praça ou fazer qualquer atividade e nesse local tem uma fila. Você olha um amigo bem na frente e vai até ele, passando por todas as demais pessoas que também estão esperando. Isso é correto? O ato de furar a fila é uma forma de você obter uma vantagem individual e prejudicar todos que chegaram antes de você na fila¿. Ela ressaltou que as pequenas ações erradas que viemos a praticar podem ser consideradas atos de corrupção. "Um outro exemplo é não devolver o troco errado de uma compra, assim como não ajudar os outros". 

Após palestra, os estudantes receberam os kits do Cultivando Atitudes, composto pela mochila ecológica, estojo, marca-página, folders com informações sobre o programa e um lápis com sementes para serem plantadas.

A aluna do 7º ano Barbara Gramkow de Souza disse que "a palestra foi um aprendizado que irei levar para a vida, é uma experiência muito proveitosa. Aprendemos o que é corrupção, como ela acontece no nosso dia a dia e que não são só os políticos que praticam a corrupção, mas nós mesmos podemos cometer em atos pequenos". 

Inajara Niesukowski, diretora da EMEB Prof. Ricardo Hoffmann, evidenciou a parceria da unidade escolar com o MPSC: "É uma parceria muito importante, pois trabalhamos em uma rede onde um auxilia o outro. Isso ajuda os alunos a entenderem o funcionamento das leis e o combate à corrupção. É muito interessante essas palestras para a escola, porque temos mais contato com o Ministério Público para atendê-los", afirmou. 

Ao final do encontro, a Promotora de Justiça Gabriela Arenhart destacou que "falamos com os estudantes de como plantar a semente de boas atitudes, a semente do trabalho honesto, da educação e de cidadania, que reverte em prol da comunidade, do bem-estar e da construção de um futuro mais promissor para nossas crianças e adolescentes. Fomos muito bem recepcionados aqui na escola com a participação dos alunos dos anos finais do ensino fundamental".