A instalação do Programa de História Oral foi elencada como
uma das prioridades do Memorial, com o objetivo de acessar a história da
Instituição pela versão dos seus membros e servidores. A pesquisa junto às
fontes documentais escritas, certamente necessária, demanda árdua prospecção e
longa maturação, naturalmente retardando a exposição de resultados concretos.
Outrossim, muito do que nos contam os depoentes nas entrevistas não está
impresso nos documentos escritos, pois são vivências pessoais rememoradas,
afetos, opiniões, representações do real vivido, remembranças, enfim, de ênfase
individual e subjetiva.
As entrevistas são realizadas com base em um criterioso
processo metodológico, fruto de reflexões teóricas de estofo, testadas na
prática, e sedimentadas num
Manual de História Oral. A rede de depoentes é definida anualmente pela
coordenação do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF) e pelo
Memorial, de acordo com as pesquisas temáticas em curso no Memorial.
A coleta das entrevistas é precedida por uma preparação, que
apura os dados sobre a trajetória profissional e funcional do entrevistado.
Todos os depoimentos são gravados e transcritos, passando, em seguida, por um
processo de edição para adaptar a dinâmica da linguagem falada à linguagem escrita.
Preserva-se, todavia, a coloquialidade original do documento e limita-se a
intervenções da forma, sem alteração do conteúdo. Finalmente, as entrevistas
são submetidas à aprovação dos depoentes, que podem, então, operar correções
incidentais.
As entrevistas aprovadas podem ser disponibilizadas para
consulta dos interessados no Memorial, que mantém, ainda, uma linha editorial,
a série Histórias de Vida, na qual os depoimentos são
reunidos em coletâneas e publicados.