Cometer tentativa de homicídio, escapar da abordagem policial mediante violência e conduzir veículo roubado. Esses foram os crimes praticados por Luiz Carlos Vieira de Souza, que foi julgado nesta quarta-feira (20/3) pelo Tribunal do Júri da Comarca de São Lourenço do Oeste. Ele foi sentenciado à pena de 14 anos, nove meses e dez dias de reclusão em regime inicial fechado. Cabe recurso da sentença. 

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), no dia 25 de fevereiro de 2016, às 5h55, Luiz Carlos, conduzindo uma Toyota Hillux com placas adulteradas, cruzou um patrulhamento de rotina da Polícia Rodoviária Estadual de Santa Catarina na rodovia SC-157, no município de Novo Horizonte. Ao receber a ordem de parada, o motorista arremessou o automóvel contra dois policiais, tentando atropelá-los para escapar da abordagem. A tentativa não foi bem-sucedida e, agindo rapidamente, os agentes passaram a seguir a caminhonete. 

Mais adiante na mesma rodovia, já no município de São Lourenço do Oeste, outro policial tentou abordá-lo. O motorista reduziu a velocidade do carro indicando que iria parar, mas o acelerou em seguida, arremessando-o contra o policial. Novamente, o homicídio não se concretizou pela rápida reação do agente, que se jogou para a outra pista. 

O réu fugiu do local e os policiais que tentaram sua abordagem em Novo Horizonte o seguiram por alguns quilômetros. Quando Luiz Carlos tentou ocultar o veículo atrás de um caminhão, eles desceram da viatura e se aproximaram da caminhonete, mas, mais uma vez, o motorista tentou atingi-los. 

Sem sucesso na ação e percebendo a dificuldade da fuga, o réu abandonou o veículo e saiu da cabine mantendo uma das mãos dentro da mochila, insinuando que iria sacar uma arma. Diante da situação de risco iminente, os policiais atiraram em áreas não vitais, atingindo-o abaixo da cintura. Mesmo ferido, Luiz Carlos continuou tentando escapar, caindo pouco depois em um terreno baldio. Ele foi detido pelos policiais e encaminhado ao hospital pelo Corpo de Bombeiros. Ao realizar essas ações, Luiz Carlos Vieira de Souza, que não tem habilitação, transportava de maneira consciente um veículo roubado. 

"O ataque contra à vida daqueles que diuturnamente nos protegem é intolerável. Não há outro caminho senão a responsabilização e conscientização. O Ministério Público foi hoje a voz não só da vítima, mas de todos aqueles que saem às ruas todos os dias com o risco da própria vida", declarou o Promotor de Justiça Marco Antônio da Gama Luz Junior, que representou a 1ª Promotoria de Justiça de São Lourenço do Oeste no tribunal.