Em Santa Catarina, o "Teste do Pezinho", cujo nome oficial é "Triagem Neonatal", passou a detectar mais uma doença em bebês recém-nascidos: a toxoplasmose congênita. O exame é fundamental para a identificação precoce de diversas patologias e é feito com a coleta de sangue nos primeiros dias de vida dos bebês. Nos casos positivos, o exame viabiliza o tratamento ágil e reduz a chance de sequelas. O grupo de trabalho com foco em doenças raras gerido pelo Centro de Apoio Operacional da Saúde Pública (CSP) do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) foi um dos responsáveis por fomentar, no Estado, a ampliação do Teste do Pezinho para abarcar também a Toxoplasmose Congênita no rol de doenças identificadas com o teste.  

De acordo com o Coordenador do CSP, Promotor de Justiça Douglas Roberto Martins, "o Estado de Santa Catarina cumpriu a primeira etapa prevista na Lei n. 14.154/2021, que aperfeiçoou o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) por meio do estabelecimento de rol mínimo de doenças a serem rastreadas pelo Teste do Pezinho. Trata-se, assim, de expressiva conquista que auxiliará no precoce diagnóstico e direcionamento ao melhor tratamento das nossas crianças".  

No ano passado, Santa Catarina realizou cerca de 87 mil Testes do Pezinho. O exame é oferecido pelo SUS em mais de 1.476 unidades de saúde, nos 295 municípios do Estado. A partir do dia 15 de abril, sete doenças passaram a ser identificadas com o procedimento. Antes da inclusão da toxoplasmose congênita, o Teste previa o rastreamento de seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e fibrose cística.  

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, essas doenças não costumam apresentar sintomas no nascimento e, se não forem diagnosticadas prematuramente, podem causar sérios danos à saúde. O exame pode ser feito nas unidades da atenção primária em saúde ou, nos casos em que os bebês precisam permanecer hospitalizados após o nascimento, a coleta é realizada na própria unidade hospitalar. No caso da toxoplasmose congênita, a gestante faz o teste para a doença durante o pré-natal. Entretanto, caso ela seja infectada no final da gestação, a patologia pode não ser identificada antes do nascimento da criança. 

Segundo a médica geneticista Gisele Rozone de Luca, "a equipe do Serviço de Referência em Triagem Neonatal de Santa Catarina continua com a expectativa e ansiedade para que tudo se resolva de uma forma mais célere. As demais patologias das etapas seguintes são fundamentais para se tenha diagnóstico e tratamento precoces, melhorando consideravelmente a saúde de bebês afetados e até mesmo mudando, felizmente, a história natural da doença", complementa. 

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Ouça o MPSC Notícias com o Coordenador do Centro de Apoio Operacional da Saúde Pública, o Promotor de Justiça Douglas Roberto Martins

Grupo de trabalho, coordenado pelo MPSC, articula inclusão no Estado da Toxoplasmose Congênita no rol de doenças identificadas com o Teste do Pezinho