O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) obteve a condenação de um homem que provocou um acidente de trânsito em São José do Cerrito, tirando duas vidas. O Promotor de Justiça Vinícius Silva Peixoto argumentou que o réu assumiu o risco de matar porque estava dirigindo alcoolizado. O Conselho de Sentença da Comarca de Lages aceitou a tese e o Juízo fixou a pena em sete anos de reclusão em regime semiaberto.

O fato aconteceu em 29 de setembro de 2012, ou seja, há praticamente 10 anos, na BR-282. Naquela noite, o réu Alaor Carlos Varela invadiu a pista contrária e atingiu um automóvel com três pessoas: José Amadeu de Moraes, a esposa, Elisabete Canani de Moraes, e a sogra, Laura Ribeiro Canani.

José e dona Laura morreram no local. Elisabete sofreu lesões corporais, foi atendida por uma equipe médica e sobreviveu, mas teve que sepultar a mãe e o marido. As primeiras testemunhas que chegaram ao local contaram que o réu preferiu jogar as latas de cerveja para fora do carro a socorrer as vítimas.

A acusação foi conduzida pelo Promotor de Justiça Vinícius Silva Peixoto. "A atitude desse homem após o acidente é digna de repúdio e merece condenação. Ele tentou ocultar as bebidas alcoólicas para reduzir as provas contra ele em vez de socorrer as pessoas do outro carro. Isso é extremamente reprovável", disse.

Elisabete, os três filhos e outros familiares acompanharam a sessão do Júri. Emocionada, ela desabafou: "São quase dez anos de sofrimento e muitas lembranças daquele dia terrível. Essa condenação não vai trazê-los de volta, mas pelo menos alivia um pouco a alma", disse aos prantos.

Maicon Canani de Moraes, filho de José e neto de Laura, relembrou a tragédia e disse que tenta honrar a memória do pai. "Recebi a notícia, mas achei que era mentira. Só acreditei quando fiz o reconhecimento dos corpos. Fiquei sem chão. Daquele dia em diante procuro seguir os ensinamentos do meu pai. Pelo menos ele não vai mais dirigir bêbado para não matar outras pessoas inocentes".