De um lado, o Promotor de Justiça da Comarca de Bom Retiro. De outro, os 27 advogados que fazem a defesa dos 49 réus denunciados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Teve continuidade, na sexta-feira (22/11), a oitiva das testemunhas de acusação do processo criminal resultante da Operação Strike, que desmantelou duas facções criminosas que disputavam o tráfico de drogas na região.

Até agora, foram realizadas duas audiências de instrução e julgamento e ouvidas as cinco testemunhas de acusação indicadas pelo Promotor de Justiça Francisco Ribeiro Soares. Outras 110 testemunhas - nomes colocados pela defesa dos réus - prestarão depoimento em audiências presenciais que devem ocorrer, em princípio, até o dia 12 de dezembro. Nesta semana, a pauta de audiências da Comarca foi inteiramente reservada para o processo.

Uma inovação tecnológica da Justiça está dando mais celeridade ao processo: as audiências estão sendo transmitidas por videoconferência e os réus podem acompanhar os trabalhos direto das unidades prisionais, assim como os advogados podem participar de seus escritórios ou do local que acharem adequado.

Depois da oitiva das testemunhas, os réus - homens e mulheres denunciados pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e corrupção de menores - que estão presos preventivamente em Chapecó, Lages, Florianópolis, São Pedro de Alcântara, Curitibanos e Foz do Iguaçu, serão interrogados por videoconferência. A única exceção é o que está preso no Paraná, que será ouvido por carta precatória.

A Operação Strike

A Operação Strike foi deflagrada em agosto deste ano para cumprir 53 mandados de prisão preventiva 69 de busca e apreensão expedidos a pedido do MPSC e da Polícia Civil. Mais de 200 policiais civis e militares participaram da operação contra integrantes de duas organizações criminosas que disputam o tráfico de drogas em Bom Retiro.

As ordens judiciais foram cumpridas nas cidades de Bom Retiro, Alfredo Wagner, Lages, Palhoça, São José e Ituporanga. A ação com o pedido dos mandados teve origem em Procedimento Investigatório Criminal da Promotoria de Justiça da Comarca de Bom retiro e em Inquérito Policial, que, concomitantemente, apuraram e mapearam o tráfico de drogas na região.

De acordo com o Promotor de Justiça Francisco Ribeiro Soares, com as investigações foi possível identificar uma série de infrações penais executadas de forma estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, apurando a existência de duas organizações criminosas rivais que exploravam o tráfico de drogas em Bom Retiro.

Inicialmente a ação ajuizada tinha 53 pessoas denunciadas. Porém, quatro dos réus ¿ cujos mandados de prisão preventiva não tiveram sucesso em seu cumprimento e, por consequência, não foram encontrados para serem notificados - tiveram o processo cindido do principal. Assim, eles responderão pelos crimes pelos quais foram denunciados em separado dos demais.